segunda-feira, 22 de março de 2010

XXXIV

Daqui a dois dias, completo 34 anos de vida. 

Pela primeira vez em quatro anos, decidi comemorar meu aniversário e estou tentando reunir vários amigos, novos e antigos.  Quanto aos velhos amigos, perdi o contato com grande parte dessas pessoas ao longo dos anos; com algumas delas, reatei os laços. 

Foram duas as razões que me levaram a tomar a decisão de reunir amigos e celebrar.
A primeira delas, talvez a principal, foi o acidente que sofri há cerca de um mês. É difícil dizer coisas como "eu quase morri", uma vez que, para mim, "quase" simplesmente não conta. Mas me lembro de cada detalhe do acidente, bem como do processo de recuperação que, reconheço, foi mais fácil do que eu merecia.

Mas ainda sinto dores pelo corpo e alguns movimentos, como correr e andar de ônibus, por exemplo, ainda são difíceis.

O segundo motivo é mais simples: no último ano, fiz algumas mudanças pessoais, a principal delas envolvendo a determinação de ser diferente.

E mudar leva tempo. E não é fácil.

Para dar início, basta uma coisa: a consciência de que não de pode mais continuar no mesmo caminho. Isso é relativamente fácil, apesar de que a tomada de consciência envolve, quase sempre, uma queda, uma porrada, uma decepção horrível.

Pelo menos comigo, teve de ser assim.

A partir daí, o indivíduo precisa elaborar duas listas: a primeira, das coisas que não fará mais; a segunda, das coisas que, dali em diante, terá de fazer.

No meu caso, fiz essa tentativa várias vezes. Com pequenas mudanças a cada vez que eu parava para reelaborar o projeto.

Depois disso, vem a pior parte, que é a de aguentar firme, à espera de resultados aparentes. Aqui, a dificuldade reside no fato de que você está determinado a ser diferente e já tomou algumas resoluções, refletidas em novas atitudes.

Mas os resultados ainda não são claros; sua vida ainda não se tornou um mar de rosas. E você passa a questionar se você está fazendo a coisa do jeito certo.
Finalmente, com um pouco de sorte, as coisas começam a acontecer. No meu caso, posso traduzir "as coisas" por novos trabalhos, novos estudos e novas pessoas que, gentilmente, decidiram entrar na minha vida ou simplesmente permitiram que eu passasse a fazer parte da delas.

Sim, eu sei que poderia ser mais específico quando escrevo sobre isso. Mas não quero assustar os novos leitores. 

Basta reconhecer que, em parte, a idéia de me tornar o melhor que eu pudesse ser, começa a dar alguns frutos aqui e ali. 

Ainda falta muita coisa. Algumas delas envolvem, por exemplo, fazer reparações a pessoas com quem eu pisei na bola. Em breve, isso será resolvido.

Falta ainda controlar alguns velhos hábitos de pensar e de reagir. Reconheço que alguns dos meus defeitos tornaram-se instintivos com o passar do tempo. Eu faço sem pensar. Mas, aos poucos, crio novos hábitos e formas de reagir às pessoas.

Paciência e resolução, somado à atitudes práticas: eis a minha fórmula. 

Paz e Bem!

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